terça-feira, 26 de maio de 2015

Fogo


Queima por dentro o desejo
De que essa madrugada de inverno se perpetue até o último suspiro
Meu corpo negro reluz
Sob a luz de vela
Essa que revela
Minha malemolência
Fazendo meu corpo transpirar cera
Te queimando
Ao gotejar o desejo
Que gruda na pele
Transando a ti
Meu poema de versos flamejantes.


                                                                Bruno Gabiru

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Passageiro


O amor acenou
correu
e no ônibus entrou

Depois lhe avistei pela janela
no outro vagão do metrô
e em sentido contrário
se mandou

Em outro desencontro
ficou a espera
num banco da rodoviária
e quando deu o horário
embarcou

permanecendo na contra-mão
caminha a passos largos
sempre que o vejo
passa rápido
seguindo o seu itinerário

Se voltou por aqui ou ali
Eu não vi
tenho pressa
estou só de passagem.

                                                      Bruno Gabiru