terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Pássaro Negro



Alçando voo através de seus impulsos...
Escreve
Pincela
Lapida
Batuca
Embolora teu crespo nos dedos

E assim que possível
pousa nos ombros
Da preta amada.


                                                Bruno Gabiru

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Caxinguelê


Caxinguelê
Caxinguelê
Entra na roda que eu quero ver

Com o corpo fechado
E cordão de ouro
Não há maldade alguma que te faça temer

Caxinguelê
Caxinguelê
Entra na roda que eu quero ver

Incendeia sob a lua cheia
Traçando um compasso na areia
Ao som do batuque que te motiva a viver

Caxinguelê
Caxinguelê
Entra na roda que eu quero ver

Recite um poema seu
Mas se você se esqueceu
Ouça essa cantiga pra não se esquecer

Caxinguelê
Caxinguelê
Entra na roda que eu quero ver

Cadê o menino? Cadê
O menino encontrou a fome
Deu um perdido par arrumar o que comer


                                                                                Bruno Gabiru

Poema publicado na edição nº 37 de Cadernos Negros, organizado pelo grupo Quilombhoje.



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Preta-Cometa



Preta-Cometa
Vinda de galáxias longínquas 
Aterrissa no peito 
Com o crespo cheio de estrelas
Acalenta num avassalador efeito

De cabelo, lábios e unhas
Em cor púrpura
Invade
Meu corpo-quilombo
Sob a penumbra

A noite vem
Tempestuosa e apaixonante
Madrugada adentro
Repouso
Ao som do teu suspiro no pé do ouvido.


                                                               Bruno Gabiru

domingo, 26 de julho de 2015

Boa Noite


Afogando-se no sono (sonhos)
peço-lhe que não me acorde,
não me incomode
ando muito impaciente...

Cansado.

E no momento que fecho os olhos
estou sendo incomodado
pelo meu despertador
que anuncia
o meu atraso.


                                                          Bruno Gabiru

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Melancolia


Pétalas de vidro
Cacos de rosas
Exala o perfume
Em nebulosas perturbações.

                                                       Bruno Gabiru.

domingo, 12 de julho de 2015

Marcas


O abraço caloroso
Impregna teu cheiro no meu corpo

O beijo de batom
Deixa manchas no meu rosto

Em minha pele
Escreves teus versos
Perpetuando saudades.


                                                     Bruno Gabiru