quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Negrosa



A boca de fome
Sem nome
Enlouquece com o desejo que lhe consome

À flor da pele

A língua sobrevoa o céu
O pensamento se afoga em alucinações
Tato selvagem na pele cheia de tatuagens

À flor da pele

O ofegante suspiro
Vira canto ao pé do ouvido
Sensação boa que causa arrepio

Corpos errantes
Bronzeados, em brasa
Na escuridão em estado flamejante

Exala o cheiro da vulva
Úmida como uma gruta
Me afogo na correnteza gozoza

Hoje acordei inquieto
Liberto
Negra, dengosa, te desejo
Te quero

À flor da pele.

                                                                        Bruno Gabiru

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